Emigrantes e população ajudam a construir hospital em Bigene

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Emigrantes e população ajudam a construir hospital em Bigene

Abola, 22 Dec 2016

URL: http://www.abola.pt/africa/ver.aspx?id=647202
A população e «filhos» da vila de Bigene residentes fora da Guiné-Bissau estão a contribuir para a construção de um hospital na localidade e que vai servir cerca de 160 mil pessoas no norte do país.
Ibu Camará, presidente da Afaibu (Associação de Filhos e Amigos de Bigene) disse à agência Lusa que a primeira pedra para a construção do hospital foi hoje lançada e já no sábado populares de 56 aldeias da vila de Bigene vão iniciar as obras.
A mão-de-obra para a edificação do hospital bem como os materiais a serem utilizados na construção dos edifícios, nomeadamente pedra, cascalho, água, areia, assim como as escavações, será da responsabilidade da população das 56 aldeias.
A organização não-governamental espanhola Terra Sem Mal é a principal parceira da Afaibu na obra que Ibu Camará acredita que estará pronta dentro de oito meses, contando com a contribuição financeira de naturais de Bigene residentes em Portugal, Espanha, França e Estados Unidos.
No total serão gastos cerca de 153 mil euros para construção de um hospital com 75 camas com os serviços de pediatria, maternidade, enfermaria e uma farmácia.
O hospital terá ainda uma residência para médicos – a Terra Sem Mal garantirá o fornecimento de medicamentos após a conclusão das obras.
Será montado um sistema de energia solar e água potável para o hospital e que irá servir as populações das vilas de Bigene, Baro, Ingoré, Intotinha, Sambuia, Sedengal, numa gestão repartida entre a Afaibu, a Terra Sem Mal e o Ministério da Saúde Pública.
Situado junto a fronteira com o Senegal, Bigene possui um centro de saúde que Ibu Camará diz não servir para as necessidades da população por não ter «as mínimas condições de atendimento».
Segundo o presidente da Afaibu, o centro de saúde «resume-se a uma sala de curativos, sem laboratório para análises clínicas, uma sala de parto, mas sem cama».
«A única cama que o centro tem foi uma oferta da própria associação», garante Ibu Camará.